Bush quer transição democrática na Cuba pós-Fidel
O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, disse na terça-feira torcer para que a aposentadoria de Fidel Castro signifique o início de uma transição democrática em Cuba.
"Acredito que a mudança a partir de Fidel Castro deva ser o começo de um período de transição democrática", disse Bush em entrevista coletiva em Ruanda, um dos cinco países africanos que ele visita nesta semana.
Fidel, de 81 anos, divulgou nota na terça-feira anunciando que não vai se candidatar a um novo mandato como presidente do país e que deixará também o cargo de "Comandante en Jefe". Encerra assim um período de quase 50 anos à frente do país, desde a revolução vitoriosa no primeiro dia de 1959. O sucessor mais provável é seu irmão Raúl, que já é o presidente interino.
Bush disse que o primeiro passo deve ser a libertação dos presos políticos, e defendeu que a comunidade internacional colabore com os cubanos na construção das instituições necessárias à democracia.
"Afinal esta transição deveria levar a eleições livres e justas, e quero dizer livres e quero dizer justas", afirmou Bush. "Não esse tipo de eleições encenadas que os irmãos Castro tentam impingir como sendo uma verdadeira democracia", declarou ele.
"E vamos ajudar. Os Estados Unidos vão ajudar o povo de Cuba a entender as bênçãos da liberdade."
Washington rompeu relações com Havana em 1961. Logo em seguida, Fidel declarou que sua revolução era socialista e se aproximou da União Soviética. Em 1962, os EUA impuseram um embargo comercial à ilha, que perdura até os dias de hoje.
O governo Bush reagiu com frieza ao afastamento de Fidel por motivos de saúde, em 2006, por considerar que não poderia haver mudanças no sistema unipartidário sob o comando de Raúl, que governa provisoriamente desde então.
(Reportagem de Tabassum Zakaria)
Fonte: Yahoo!